quarta-feira, 5 de março de 2008

Prudência

Hoje pediram-me para a falar sobre a prudência. Queriam uma reflexão filosófica sobre esta virtude laica...mas eu da prudência só conheço a minha vizinha que é artista e que tem dois gatos e um cão. Vive numa casa bonita a Prudência cheia de luz e as mobílias são antigas Art Decô como eu gosto. De vez em quando quando lá vou um dos gatos sobe para o meu colo sem prudência nenhuma e fica a ouvir a conversa ronronando que até parece um motor de uma mota em funcionamento. Os seus quadros são abstractos mas belos por causa das cores prudentes que usa para os pintar. Quem os vê fica apaziguado com o mundo e ganha calma e a prudência necessária, também. Essa minha amiga é conhecida por um diminutivo que eu não digo aqui neste espaço por prudência, claro. Eu gosto também do marido da Prudência porque também é artista e esculpe muito bem. Prudentemente guarda as esculturas numa cave onde a luz entra a medo e as transforma em objectos bizarros. Não tiveram filhos por opção prudente face a este mundo tão perigoso e imprevidente. Não se queixam por isso, que eu saiba; a não ser que o façam por prudência não fosse eu badalar alguma inconfidência. Esquecia-me de dizer que a minha gata também faz parte desta tribo porque é amada também por eles embora eu, sinceramente, não goste muito de a ver lá por casa por uma questão de ciume e prudência, compreendem? Bom acho que já falei de mais da prudência. Apetece-me agora ser mais solto e desancar de cima a baixo nos vizinhos, mas...não contem comigo. Sou também um homem prudente!

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